A fobia social é frequentemente identificada como um transtorno de ansiedade caracterizado por medo intenso de situações sociais. No entanto, quando associada ao autismo, a origem e o tratamento dessa condição podem ser muito diferentes do que se pensa inicialmente.
Diferenças Fundamentais
Pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) frequentemente enfrentam desafios significativos na interação social, mas isso não significa automaticamente que sofram de fobia social no sentido tradicional. Enquanto a fobia social típica é motivada por medo do julgamento alheio, no autismo o desafio pode estar em reconhecer e interpretar regras sociais, entender sinais não-verbais ou planejar como interagir.
Autista pode começar a evitar interações sociais não porque sente medo do outro, porque não compreende as convenções sociais e frustra com os constantes erros de comunicação. Esse processo pode se cristalizar em uma fobia social secundária, fruto da ansiedade antecipatória e do esforço cognitivo excessivo para “prever” o comportamento social alheio.
Como a Fobia se Desenvolve em Autistas
Implicações para o Diagnóstico
É comum que essas pessoas sejam diagnosticadas apenas com fobia social e tratadas com medicação ansiolítica ou antidepressiva, o que pode não resolver o verdadeiro problema. Porque o diagnóstico incorreto pode mascarar o autismo, dificultando o acesso a intervenções específicas como terapia ocupacional, treinamento de habilidades sociais e apoio educacional estruturado.
A Importância da Avaliação Multidisciplinar
Evitar esse erro, é essencial uma avaliação multidisciplinar que leve em conta aspectos do desenvolvimento neurológico, histórico familiar, comportamentos repetitivos e padrões de comunicação. Psicólogos, psiquiatras e neurologistas devem trabalhar juntos para realizar um diagnóstico correto e propor o tratamento mais adequado.
Conclusão
Entender a diferença entre fobia social tradicional e a fobia social que pode emergir em contextos de autismo é fundamental para garantir um cuidado adequado. Contudo isso evita rotulagens incorretas e possibilita intervenções mais eficazes que respeitem a individualidade de cada pessoa.